Liga Acadêmica de Cuidado a Pessoas com Feridas, Estomias e Incontinências
  • Componentes da pele e Reparo Tissular

    Publicado em 26/04/2021 às 16:34

     PELE E SEUS COMPONENTES:

    A pele tem como função principal o revestimento e proteção a órgãos mais complexos, constituindo a primeira linha de defesa do organismo. E atua de modo específico em cada região do corpo e as estruturas que o constituem variam de acordo com o sítio anatômico. 

    • Funções que dependem do bom estado da pele: termorregulação, controle hemodinâmico, equilíbrio hidro-eletrolítico, metabolismo energético, sistema sensorial e defesa contra agressões externas (podendo ser físico, químico ou biológico).
    • É o maior órgão do corpo humano e representa cerca de 15 a 17% do peso corpóreo.
    • A pele é formada por duas camadas, sendo a mais externa,  Epiderme; e logo abaixo:  derme. 

     

    Epiderme: 

    •  Essa porção é conhecida como camada de revestimento;
    • Seu principalmente componente são os queratinócitos, conhecidos como queratina que são cerca de 95% da estrutura da epiderme e se renovam constantemente (cerca de 30 dias). A queratina proporciona proteção, permeabilidade e firmeza a pele;
    • Não possui vascularização própria, seus nutrientes vêm dos capilares dérmicos, por isso, encontra-se firmemente ligado a derme.

     

    Derme: 

    • Composta principalmente de elastina e colágeno.
    • Responsável pela sustentação da epiderme e participa dos processos fisiológicos e patológicos da pele;
    • Fornecem nutrientes e oxigênio para a pele;
    • Nessa porção estão presentes os anexos cutâneos*.

     * Os anexos cutâneos incluem: os pêlos, cabelos, músculo eretor do pêlo, unhas, glândulas sebáceas e glândulas sudoríparas.

     

    Hipoderme:

    (faz parte do tecido conjuntivo, mas não integrando a pele)

    • Também conhecida como tela subcutânea;
    • Formada principalmente de adipócitos;
    • Possui variadas funções, como: armazenamento de  reserva energética, absorve choques e  isolante térmico.

     

    REPARO TISSULAR:

    Para uma melhor compreensão sobre o processo de reparo tissular, precisamos compreender os conceitos relacionados a regeneração e cicatrização. O reparo tissular pode acometer de duas maneiras: (1) pela regeneração e (2) pela cicatrização.

    1 – Regeneração: É a capacidade do tecido morto ser substituído por células do mesmo parênquima, ou seja, morfofuncionalmente idênticas. Esse processo pode acontecer em mucosas, tecido hematopoiético, tecido adipócito, fígado, ossos, entre outros.

    2 –  Cicatrização: É um processo em que o tecido que foi lesionado é substituído por tecido conjuntivo vascularizado, ou seja, as células NÃO são do mesmo parênquima.  Ocorre uma perda da sua atividade funcional pela formação de cicatriz fibrótica (tecido fibroso).

    Fases da cicatrização

    O processo de cicatrização acontece em três fases: inflamação, proliferação, epitelização/ remodelação

    1 – Inicia o processo inflamatório, no qual células fagocitárias migram para o local e reabsorvem restos celulares e sangue extravasado, que desencadeiam uma série de sinais clássicos da inflamação: edema, rubor/hiperemia, calor e dor

    2 – Fase proliferativa: ocorre formação de tecido de granulação, produção de colágeno, angiogênese e repitelização da ferida, devido à migração dos fibroblastos, células epiteliais e queratinócitos.

    3 – A Fase de epitelização se manifesta pelas células epiteliais que recobrem o leito da ferida, originando o tecido de granulação. Na Remodelação há a reorganização do colágeno.

     

     

     

     

     

    Fonte: Google Imagens

    Quanto ao tipo de cicatrização

    1ª Intenção: Ocorre quando há mínima perda tecidual e há aproximação das bordas da ferida. 

    2ª Intenção: As bordas não estão aproximadas, sendo de forma intencional ou não, evoluem primeiro com tec. de granulação e cicatrização por contração tecidual que posteriormente possibilitará o crescimento do tec. de epitelização. Exemplos: Úlceras, lacerações, entre outras.

    3ª Intenção: Geralmente acontece em suturas infectadas, e é necessário intervenção, seja para drenagem, descompressão ou até mesmo controle de contaminação. Envolve limpeza, desbridamento e, a partir da melhora da ferida, é realizado um procedimento para o fechamento da mesma.

     Referências:

    BARCAUI, Elisa de Oliveira et al . Estudo da anatomia cutânea com ultrassom de alta frequência (22 MHz) e sua correlação histológica. Radiol Bras,  São Paulo ,  v. 48, n. 5, p. 324-329,  Oct.  2015 .   Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-39842015000500324&lng=en&nrm=iso>. acesso em  19  ago.  2020.  http://dx.doi.org/10.1590/0100-3984.2014.0028.

    BARBOSA, Fernanda de Souza. MODELO DE IMPEDÂNCIA DE ORDEM FRACIONAL PARA A RESPOSTA INFLAMATÓRIA CUTÂNEA. 2011. 119 v. Tese (Mestrado) – Curso de Engenharia Biomédica, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2011. Disponível em: http://www.peb.ufrj.br/teses/Tese0140_2011_06_29.pdf. Acesso em: 19 ago. 2020.

    BERNARDO, Ana Flávia Cunha; SANTOS, Kamila dos; SILVA, Débora Parreiras da. Pele: Alterações anatômicas e fisiológicas do nascimento à maturidade. SAÚDE EM FOCO, Itajubá (MG), Ed.11, p. 1221-1233. 2019. Disponível em: https://portal.unisepe.com.br/unifia/wp-content/uploads/sites/10001/2019/11/PELE-ALTERA%C3%87%C3%95ES-ANAT%C3%94MICAS-E-FISIOL%C3%93GICAS-DO-NASCIMENTO-%C3%80-MATURIDADE-1.pdf. Acesso em: 19 ago. 2020. 

    Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences vol. 41, n. 1, jan./mar., 2005. 

    SCHNEIDER, Augusto; BARROS, Carlos Castilho. Patologia Geral Regeneração e Cicatrização. Pelotas: Ufpel, 2013. Color. Disponível em: https://wp.ufpel.edu.br/patogeralnutricao/files/2013/05/Regenera%C3%A7%C3%A3o-e-Cicatriza%C3%A7%C3%A3o.pdf. Acesso em: 27 ago. 2020. 

    TORRES, Frank da Silva; BLANES, Leila; GALVÃO, Tais Freire; FERREIRA, Lydia Masako. Manual de prevenção e tratamento de lesões por fricção. São Paulo, 1-32. 2016. Disponível em: https://79d05d47-1cc2-4db9-ae6d-c697d662ae9c.filesusr.com/ugd/29b632_03aa6068a9cf4d228a0d74234bae2092.pdf. Acesso em: 19 ago. 2020.


  • Conheça nossa liga!

    Publicado em 23/06/2020 às 18:43

    Seja bem-vindo! Somos a LAPEFE: Liga Acadêmica de Cuidado à Pessoa com Estomias, Feridas e Incontinências da UFSC.

    A liga foi idealizada e fundada no ano de 2018, pelas professoras Juliana Balbinot e Lúcia Amante, juntamente com a acadêmica Amanda de Souza, e está vinculada à dois projetos de extensão: o GaO (Grupo de Apoio ao Paciente Ostomizado) e ao FEPEnf (Feridas, Estomias e Incontinências nas Práticas de Enfermagem: da prevenção ao tratamento). E ao LAPETAC (Laboratório de Pesquisa e Tecnologias para o Cuidado de Saúde no Ambiente Médico Cirúrgico).

    Nosso objetivo é realizar atividades de educação e produção de materiais que contemplem o tema da Estomaterapia. 

    As reuniões são abertas e ocorrem uma vez ao mês. Nesse espaço, diversos temas de estudo são discutidos pelos membros da liga, afim de aprimorar e enriquecer o conhecimento na área. Também são discutidas as questões da gestão e futuras atividades.

    Criamos esse pequeno vídeo para ilustrar nossa história!